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Posse de Biden se sobrepõe à tensão local e bolsa abre o dia em alta; dólar recua



Chegou o grande dia! Donald Trump se despede da Casa Branca e Joe Biden assume como novo presidente dos Estados Unidos. A posse de Biden e a possível sinalização de estímulos já nos primeiros momentos do governo deixam os mercados internacionais no azul nesta quarta-feira (20)

O Ibovespa, no entanto, pode sucumbir ao peso da tensão doméstica que vem de diversas frentes. Mas, pelo menos no começo das negociações, os investidores seguem o ritmo visto no exterior e busca uma recuperação após a queda de ontem.

[captação]

Por volta das 11h, o principal índice da bolsa brasileira subia cerca de 0,43%, aos121.160,19 pontos. O dólar também tem um dia de alívio e recua 0,53%, aos R$ 5,3195.

É hora de falar tchau

A posse do presidente eleito Joe Biden deve dominar o noticiário do dia no exterior. Mais do que a cerimônia em si, o mercado está atento para as primeiras medidas tomadas pelo novo ocupante da casa branca e que devem ser anunciadas ainda hoje e novos acenos para gordos estímulos fiscais. A cerimônia em Washington deve ter início por volta das 14h.

Ontem, o mercado já teve um gostinho do que pode vir a ser o governo Biden. Janet Yellen, ex-presidente do Federal Reserve, foi indicada por Biden para assumir o Tesouro americano e discursou ontem no Congresso Americano.

Assim como era esperado pelo mercado, a futura secretária do Tesouro confirmou as expectativas e defendeu o pacote de US$ 1,9 trilhão proposto por Biden, disse que os EUA não irão desvalorizar o dólar para ganhar vantagem competitiva, reforçou a importância de se investir em infraestrutura e defendeu reverter os benefícios fiscais concedidos por Trump.

Neste momento, os índices futuros em Nova York operam em alta, assim como as bolsas europeias. Na Ásia, as principais praças fecharam com ganhos durante a madrugada, com exceção do Japão.

Focos de tensão

Embora o cenário externo de otimismo influencie, os investidores locais possuem uma série de questões delicadas no radar, o que pode acabar limitando o ímpeto do Ibovespa nesta manhã.

O principal é a vacinação em solo nacional. As seis milhões de doses disponíveis foram distribuídas entre os estados e a chegada e produção de novas doses está comprometida. Isso porque a China tem dificultado a exportação dos insumos necessários para a produção.

Ontem, a FioCruz já adiou para março a entrega das doses prometidas. A China admitiu que o entrave tem raiz na postura do governo brasileiro com o governo chinês e nos ataques feitos pelos filhos do presidente.

Existe também uma dificuldade para o país importar as doses que o governo federal diz ter adquirido da Índia. Ontem, o governo indiano anunciou uma lista com seis países que devem receber as doses, mas o Brasil não era um deles.

Uma dificuldade na vacinação levanta mais uma vez a preocupação com o cenário fiscal. Sem uma vacinação em larga escala feita rapidamente, é possível que o governo volte a recorrer aos estímulos fiscais, piorando a situação já comprometida das contas públicas.

Com a preocupação renovada com o teto fiscal, o mercado também observa de perto a corrida pela presidência da Câmara e do Senado. Tanto o principal candidato da oposição, Baleia Rossi, quanto o do governo, Arthur Lira, já sinalizaram interesse em voltar a discutir a extensão do auxílio emergencial.

O futuro da Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulga hoje, após o fechamento do mercado (18h30), a decisão que dita o futuro da taxa básica de juros, a Selic, que hoje se encontra na mínima histórica de 2% ao ano.

Pressionado pela retomada da inflação, câmbio elevado e difícil retomada da economia, o mercado espera que o BC mantenha a taxa em 2%. Por isso, mais importante que a própria decisão é o comunicado, que deve trazer um discurso que "prepara o terreno" para um eventual ciclo de alta da taxa. Uma dessas medidas pode ser a retirada do forward guidance, a prescrição futura que sinaliza os próximos passos da política monetária do país.

De novo elas

Com grande peso no Ibovespa, qualquer movimentação no setor de commodities é suficiente para influenciar o rumo dos negócios.

Hoje, essa movimentação é positiva. Primeiro, temos uma recuperação do minério de ferro no mercado chinês, após alguns dias de queda. Essa alta deve guiar as ações de empresas como Vale, CSN e Gerdau.

Novidades também para a Suzano. A empresa reajustou o valor da celulose vendida na China, Europa e América do Norte. A decisão catapulta a companhia para o topo das maiores altas do dia. As ações da Klabin também se favorecem do movimento.



 
 
 

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